
Home office, detalhe.
Home Office, 2020
Fotografia
Impressão em pigmento mineral s/ papel algodão
46 cm x 55 cm
Home Office é um trabalho em fotografia realizado durante a pandemia de covid-19 no atelier do artista, ele fotografa a sua mesa de trabalho onde constrói suas obras, textos, pesquisa referências, realiza edições. O retrato é escuro e apresenta uma paisagem morta, um ambiente iluminado apenas pela luz da janela e do monitor de seu computador, em sua área de trabalho dizeres em inglês ‘I DO PORN’ (Eu faço pornô) se destacam, na mesa existe uma coluna de dvd’s e na parede um autorretrato de Vincent Van Gogh.

Home office, detalhe de obra com moldura. O artista com a escolha da moldura que envolve a obra, ainda expande os discursos da obra para além da fotografia, utilizando a imagem como um todo.
O artista explora um corpo presente e não presente de um profissional em seu ambiente de trabalho, este corpo é um corpo masculino e queer que busca sobrevivência e autosuficiência, assim retrata-se pelo vazio, as vivências de jovens homens gays e bissexuais na industria pornográfica da internet, o que durante a pandemia se intensificou. Trazendo uma relação com o próprio trabalho do artista, exposto e censurado diante de hipocrisias institucionais e a sociedade dos "bons costumes". Através da frase em destaque, observa-se uma conotação irônica que o artista, estabelece entre a pornografia e a arte. Logo refletindo qual o papel do corpo para a arte e do corpo para o pornô, trazendo debates em torno desta conexão que se estabelece entre ambos, a existência de um corpo que vive e sobrevive, que performa, que instiga e comove.
henrique
montagne

