A escrita cursiva e irregular remete ao meu passado, eu tento refazer a letra que eu fazia, ou seja é um desenho, logo, reflito a escrita humana como desenho,  trazendo assim a revisitação de sua memória, era uma letra mais feminina, na qual através do tempo e das circustância da vida ligadas a masculinidade hegêmonica na sociedade mudei a forma de escrever, trazendo letras garrafais e de forma, mais "masculino".

As narrativas ou poesias visuais, estão em composição e jogando visualmente com as imagens, como uma ilustração ou fichamento estundantil presente nos livros de história, ou pesquisas acadêmicas e estudantis, como eram feitas nas décadas de 1990, 2000's. Década onde o artista viveu sua infância e adolescência em Belém, na escola pública. Ao criar as colagens revisitei também capas de caderno que eu fazia com recortes de revista de cultura pop e rock, incluindo filmes e música. O nome da série se refere a série de televisão Arquivo X, onde Mulder e Scully agentes do FBI, investigavam casos paranormais e sobrenaturais não resolvidos e sem solução e interesse por parte do sistema. Aqui eu vejo cada obra como um caso, arquivos, dentro de uma gaveta intíma e pessoal, que ao se tornar pública e transformada em arte traz e evidencia outras vivências e narrativas de jovens e pessoas queer e LGBTQIA+ brasileiras que viveram sua infância e adolêscenia com quase ou semelhante as mesmas vivências.